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Tuesday, September 21, 2004

Correio dos Eleitores 

De: Ana :

Bom dia,

É com muito respeito e tristeza que me dirijo ao vosso Email, segundo as noticias que se tem vindo a ouvir o PM Santa lopes, vai aumentar tudo Impostos, Irs, colocar portagens etc, etc, bem eu penso que o Srº Santa nao esta a pensar nas consequências do País, os salários nao aumentam, sim porque, com os sálarios dos Srºs Ministros quem pensa em pobreza? Ninguem só mesmo nós os pobres que chegamos ao Inicio do mês e o salário desaparece com a aconta da casa as despesas da casa e para a casa, depois existem dividas.

EU SÓ GOSTAVA QUE OS SRºS MINISTROS PASSASEM 6 MESES COM O SALÁRIO MINIMO NACIONAL NAO PEÇO MAIS SÓ ESTE TEMPO CHEGAVA PARA VEREM, AS DIFICULDADES DO POVO QUE VOTA EM VOCES COM EXPERANÇA QUE FAÇAM ALGO DE BOM POR NÓS, MAS NÃO TODOS O QUE QUEREM É PODER E APARTIR DAÍ QUE SE LIXE O RESTO "ELES ESTES AO NOSSO MANDO", "ATÉ UM DIA QUE O POVO SE VIRE".

Com os cumprimentos
Ana


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Cara Eleitora,

Muito me sensibilizou a sua mensagem. Acredite que me toca saber como a maioria da população do país vive tantas dificuldades escondidas apenas pelos limites da pobreza envergonhada.

No entanto creio que a solução que defende não representaria nenhuma melhoria para o país. Os altos quadros públicos, aqueles que recebem acima de 4.000 euros por mês, são menos de 1% do total dos funcionários públicos. Como tal, suprimir o vencimento a essa camada de elite teria um impacto de aproximadamente 0,6% do orçamento do estado. Uma ninharia que não lhe permitira nem comprar um café.

Também percebo que a sua questão se prende menos com o impacto que a supressão dos vencimentos dos altos quadros teria na economia e mais com o efeito pedagógico sobre uma pandilha de inúteis facilmente corruptíveis.

Mas aí teria de lhe lembrar o seu próprio argumento. Se quem manda no país é uma cambada de doninhas corruptas, que diferença lhes faz o ordenado que recebem? Acha que gente como os presidentes da câmara de Gondomar, Felgueiras e ex-Oeiras, construíram os seus patrimónios pessoais com os ordenados de funcionário público? Claro que não. Se estes indivíduos são hoje donos de prédios e quintas e contas na Suiça, tal não conseguiram através dos 3 mil euros/mês que auferem na câmara.

Como vê, a sua proposta não resolve os seus problemas com os quais se debate diariamente. Para os resolver. Para que o seu trabalho seja valorizado, para que as suas energias sejam recompensadas, o que é preciso fazer, e aquilo que sempre o Governo da Pragmatocracia defendeu, é simplesmente:

1) Acabar com os monopólios estatais – Os portugueses pagam caríssimo pela sua saúde, educação, telefones, electricidade, transportes, etc. Tudo caríssimo porque o financiamento destas instituições é suportado por todos os contribuintes e estas instituições não são responsáveis pelo serviço que prestam.
a. Se é mãe, saberá que não pode escolher a escola do seu filho. No entanto, existem milhares de funcionários a “decidir” para que escola ele vai e a receber por isso um ordenado, pago pelos impostos
b. Se é trabalha, saberá que paga 11% pela reforma dos outros e que nunca na vida vai poder reaver o dinheiro que deu para a falida segurança social
c. Se é trabalhadora, sabe que os desempregados que recebem subsídio não são obrigados a aceitar empregos para os quais tenham demasiada formação.
d. Se usa o serviço Nacional de Saúde sabe que os hospitais e Centros de Saúde não têm de a curar para receber o dinheiro que gastam.

2) Reduzir o tamanho do estado – Os portugueses pagam metade do que ganham em impostos e 60% desse valor serve para alimentar 1 milhão de funcionários públicos que não se sabe bem o que fazem nem para que servem.

3) Acabar com os direitos adquiridos no trabalho – Para que alguns (os do quadro) não possam ser despedidos, mesmo quando não fazem raspas. O resto dos trabalhadores está condenado a ser sub-empregado, a prazo, sem futuro, dependente da sorte. Também para que alguns (os do quadro) não tenham de aprender a fazer coisas novas, os seus empregos são mantidos mesmo sem trabalho e não se abre espaço a que quem quer trabalhar faça alguma coisa.

Deve estar assustada. Se tudo isto acontecer vai muita gente para o desemprego! Pois vai. A razão porque tanta gente passa dificuldades é que os maus trabalhadores não vão para o desemprego. Se fossem, talvez se tornassem melhores trabalhadores. É tão simplesmente a lei da vida. Quando se protege o comércio de rua, e se proíbe as grnades superfícies comerciais, está-se a obrigar toda a gente a pagar mais caras as suas compras para proteger alguns lojistas estabelecidos. Quando se protege uma fábrica que devia fechar, está-se a obrigar todos os contribuintes a pagar por um negócio que não é lucrativo. Quando se elimina portagens está-se cobrar a todos por um bem que nem todos querem ter. Quando se contrata funcionários públicos, está-se a sobrecarregar de impostos todos aqueles que criam riqueza para o país.

E o contrário também funciona. Se cada um poder escolher a escola onde vai, o hospital onde é bem servido, o serviço onde o atendem. E pagar apenas pelos serviços que recebe. Vai ver que há muitas oportunidades de trabalhar, de fazer mais, de ganhar mais.

O importante, cara eleitora, não é acabar com os ricos. O importante é enriquecer os pobres.

Vote em mim
O Primeiro Ministro

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