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Saturday, November 26, 2005

O Aeroporto para que te queremos. 

Ninguém com dois dedos de testa, contesta que a Portela, algures neste século irá ficar saturada
Ninguém minimamente racional, discorda que algum dia será necessário um novo aeroporto
Para alguns espertos, até é provável que, entre a Ota e Rio Frio, a Ota seja a melhor localização.

O que nenhuma pessoa inteligente pode compreender é: PORQUE É QUE SE FECHA A PORTELA?

O Aeroporto da Portela recebe uns 15 ou 26 milhões de passageiros ano.
O Aeroporto da Portela poupa meia hora de distância até à Europa
O Aeroporto da Portela está equipado e funcional.

Porque é que vão desactivar um equipamento que funciona? Só porque é pequeno? Mas ainda funciona? Londres tem o City, NY tem o La Guardia, aeroportos pequenos e próximos que estão acessíveis a quem estiver interessado em pagar pela comodidade de ficar num aeroporto central. O resto do tráfego (que nos casos deles é a maioria do tráfego) é enviado para aeroportos mais distantes e maiores (Heatrow, Gatwick, Stantseed ou JFK, Newark).

Então porque é que querem desactivar em equipamento que custa milhares de milhões de euros a substituir? Construa-se a Ota, sim, mas deixe-se ficar a Portela. Ou acha a oposição que tem de desactivar a Portela para ser necessária a construção de um novo aeroporto? É que se se dá o caso de o novo aeroporto estar dependente da destruição do velho aeroporto, então não é preciso nenhum estudo para concluir que este novo não é o que precisamos, porque é incompatível com o aproveitamento de um aeroportoque já temos e vale muito dinheiro.

Em conclusão. Os estudos partem de um princípio errado. Partem do princípio que chegando à capacidade máxima, a Portela tem de ser desactivada, em vez de, como seria racional, manter a Portela em operação à capacidade máxima e desviar para o novo aeroporto o tráfego excedentário. Mas com esta condição incluida no enunciado se calhar não era necessário um aeroporto novo tão grande como a Ota se calhar já não iria haver tanta doninha a ficar rica com as negociatas de terrenos que fizeram. Assim sendo todos os estudos apresentados enunciam: "portela" OU "outro", em vez de assumirem que tem de ser :"Portela" E "outro".

Vote em mim – Não estrague as respostas alterando o enunciado das perguntas.

Wednesday, November 23, 2005

Devolver a habitação devoluta 

Existem, só em Lisboa 90 mil fogos devolutos. No Porto são 40 mil (acho que é isso). Dava para meio milhão de pessoas. Só nas principais cidades. Se amanhã descolonizássemos França, havia casas construídas que davam para todos os retornados. Ainda assim e apesar deste património, continua a construir-se novo e não se faz recuperação. Portugal gasta metade do seu investimento em imobiliário (que como o nome diz é dinheiro parado) enquanto já aqui ao lado, em Espanha, esse valor é de apenas 20%. Os espanhóis têm mais 30% da poupança para investir em coisas que realmente dinamizem a economia, como conquistar-nos.Pela mesma razão em Portugal a reconstrução despende menos de 10% do dinheiro da construção civil, quando esse valor deveria ser pelo menos cinco vezes maior. A oposição gosta do estado das coisas como está porque tem que financiar as felgueiras deste país e os prédios do taxi suíço. Só a nova construção gera loteamentos que financiam os partidos. A recuperação sai mais barata mas não alimenta nenhum presidente de câmara. O meu governo reconhece que as pessoas têm direito a ter casas vazias, não podem é deixá-las cair de podres. Até porque representam um risco para os outros (acidentes, incêndios, ocupas drogados...) Assim a proposta do Primeiro-Ministro é simples. Casa abandonada e degradada é posta à venda como na lota (o preço vai baixando até alguém comprar). Só em Lisboa haveria 90 mil casas a ser vendidas ao preço da chuva, passaria logo a compensar fazer obras de recuperação. O Direito à propriedade implica a obrigação de a manter.Vote em mim – Se as casas no centro da cidade custarem dez mil contos de obras alguém vai querer ir viver para uma pseudo-urbanização lata de sardinha em Massamá?

Sunday, November 06, 2005

A crise é para quem a quer 

Isto é que está uma crise. Seja o FMI, o Banco Mundial ou a OCDE todos concordam, a economia portuguesa está a convergir para trás. Estamos todos mais pobres e mal nos serve a compensação de saber que não somos os únicos. É que, querendo lá saber se os Alemães têm a locomotiva avariada, os Espanhóis vão crescer mais de 2% este ano, e à nossa custa.

A oposição quer um choque eléctrico para gerar investimento e assim restabelecer a confiança, ou então investimento para gerar confiança e com isso financiar um abaixamento de impostos ou até que se espere pela confiança para que o investimento possa pagar impostos. Tem um olho no canto da lágrima ou uma lágrima no olho do canto?

O meu governo considera que para haver investimento tem de haver sítio para investir e que não há sítio para investir se os mercados continuam protegidos. Assim vamos (se votarem em mim) reduzir a regulação para permitir a entrada de concorrentes. O investimento que é necessário para dinamizar a economia não se consegue com abaixamentos de impostos que só beneficiam as empresas já instaladas. O investimento consegue-se de uma forma simples. Basta abrir novas oportunidades para investir.

Propostas do Primeiro-Ministro para conseguir investimento:
- Os estabelecimentos comerciais passam a ter os horários alargados à vontade
- A venda dos remédios deixa de ser um exclusivo das poucas farmácias que existem.
- Criação de concorrência nas telecoms. Separação do cabo e do cobre. Nova licença móvel. Separação entre a rede e a distribuição na PT.
- Legalizar a prostituição. Finalmente! Com impostos altos como os que se aplica ao tabaco.
- Liberalização dos “serviços” exclusivos do estado: notários, finanças, registos civis e prediais. etc.

Vote em mim – Vou criar oportunidades para investir. O investimento gera emprego e o emprego gera consumo, e assim sucessivamente. Também sei que depois da liberalização dos mercados Claro que as empresas instaladas iam sofrer com a medida e acabariam por despedir gente lá mais para a frente, só que isso é lá mais para a frente. Ninguém seria despedido por antecipação por isso, até as empresas actuais sofrerem as consequências da sua ineficiência iam suportar o emprego que já têm e com a criação de novos sairíamos da crise.

Tuesday, November 01, 2005

Investir é diferente de gastar 

O leitor imagine que tem uma banheira em casa. Esta parte não exige grande imaginação é verdade, mas lá chegaremos. Tem uma banheira sem tampa. Ou seja, não consegue encher a banheira porque sai tudo pelo ralo. Conclusão não pode tomar banho de imersão. O que é que faz?

A oposição acha que a solução é abrir ainda mais a torneira! Verdade, é preciso um bocado de idiotice para pensar assim. Mas segundo a oposição, a higiene é importante, o que é verdade, e como tal é necessário investir na higiene, até aí muito bem, então trata de mandar mais água pelo mesmo cano. Um espanto, gastam a água, mas banho que é bom, nada. Obviamente que a oposição não consegue esconder que não resolveu o problema. De facto o problema até fede. Deparando-se com tão maus resultados, imaginesse qual é a recomendação da oposição? Arranjar mais torneiras! Verdade!

O eleitor por esta altura já tem dúvidas do interesse deste esforço imaginativo. É completamente surrealista. Mas é exactamente assim que funciona a oposição social-burocrata. Então vejamos.

Tão importante como a higiene é, para um pais, a educação. Ora, Portugal tem um sistema de educação que é uma vergonha. Mais de metade da população não consegue preencher um formulário. Apenas 20% das pessoas andaram no ensino secundário, contra 70s% e 80s% no resto da Europa civilizada. Temos os piores resultados em tudo o que exiga usar a cabeça: Na sida, nos acidentes de carro, na toxicodependência. Ou seja, a educação em Portugal é uma banheira de ralo aberto.

E o que faz a oposição? Quer mais investimento. Quer mais torneiras! Pedem mais funcionários nos ministérios. Prometem aumentos aos professores. Enfim, confundem investir com desperdiçar. Felizmente o governo sabe que a solução é tão simples quanto tomar um duche.

Reforma educativa.

Princípios:
- Todas as crianças vão à escola dê lá por onde der.
- Os pais tem o direito de escolher a escola que os seus filhos frequentam.
- As escolas podem organizar-se como quiserem e lhes parecer melhor
- O resultado esperado de quem anda na escola é aprender coisas e isso só se verifica nos exames.

Medidas Administrativas:
- Cada escola é constituída como uma empresa independente: Municipal, Religiosa, Privada, Embaixada, Cooperativa. Tanto faz. Uma escola é uma empresa.
- O financiamento da escola é atribuído pelo nº de alunos que a frequenta. Majorado pelos resultados em exames nacionais. Quanto melhores as notas mais a escola recebe.
- Os exames nacionais, essencialmente de matemática porque são objectivos e porque é o que interessa saber, são obrigatórios e determinam a progressão dos alunos e o financiamento da escola.
- O ministério da educação apenas realiza os exames. Mais nada.
Assim as escolas competem pelos melhores alunos e por educá-los melhor. E o ministério deixa de tentar gerir dezenas de milhar de escolas e mais os respectivos programas porque é incompentente. Mais de metade do dinheiro gasto em educação é actualmente desperdiçado na máquina do ministério.

Medidas Pedagógicas
- Passa a haver exames nacionais eliminatórios na passagem de cada ciclo. E exames de aferição anuais.
- Os alunos não passam de ciclo se não passarem nos exames eliminatórios e as escolas podem reter um aluno de um ano para o outro se este não passar nos exames de aferição.
- O ensino obrigatório passa a ser de dez anos, começando aos 4. Depois há um ensino secundário de mais 3 anos. A partir do qual se entra na universidade. Um aluno só pode sair da escola depois de conseguir a aprovação nos exames finais do ensino básico ou quando atingir vinte anos. Enquanto não tiver saído da escola básica. Não pode trabalhar, votar, conduzir, sair do país sem autorização dos pais, pescar, comprar casa, comprar droga, ter sexo. Os direitos de adulto só são atribuídos a quem tiver completado a escola básica.

Vote em mim – Em vez de desperdiçar àgua a encher uma banheira sem tampa, toma-se um duche.

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