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Wednesday, September 17, 2003

Direito da Porca, Engenharia do Parafuso 

Em Portugal existem 10 vezes mais cursos do que em Espanha. No mesmo país onde são menos de 10% os que têm educação superior. Algo está de mal no reino do Ensino Superior. Como se não bastasse ser Portugal o país com pior nível educacional da União Europeia, pior até que quase todos os países da Europa de leste, de onde vêm emigrantes mais bem formados que os locais (o que deve ser um caso único, a imigração subir a média de educação de um páis).

Com um desempenho tão miserável do ensino superior não admira que se acumulem erros inexplicáveis, como os turbo-professores que trabalham 7 horas por semana, os cursos vazios que são financiados, e o aumento de licenciados no desemprego. Tudo chatices que não incomodavam tanto se não fosse a educação o factor de diferencia um país desenvolvido dos outros.

A oposição acha que se deve distribuir direitos em todas as direcções. Aumento da autonomia financeira e aumento do financiamento. Aumento dos numerus clausus e garantias de empregabilidade. Apoio social aos alunos mesmo que estes não tenham aprovação. Tudo isto apimentado com muita contestação a um sistema pseudo-social em que são os mais ricos se safam.

O meu governo sabe que o investimento no ensino superior é investimento na formação das pessoas, destinado a proporcionar-lhes melhores condições de vida no futuro. Por isso propõe-se facilitar esse investimento associando o custo de uma licenciatura à receita salarial por ele gerada.

Medidas do Primeiro-Ministro para o financiamento do ensino superior
1) Conversão do orçamento do ministério em cheques-licenciatura.
2) Todos os alunos com aprovação no ensino secundário tem direito a um cheque-licenciatura para o gastarem em estabelecimentos de ensino superior.
3) O valor do cheque-licenciatura é igual ao investimento actual no ensino superior a dividir pelo nº de alunos.
4) Esse cheque representa numa dívida (sem juros) que será devolvida ao estado em prestações mensais a pagar passados 6 anos da atribuição do cheque.
5) A gestão das universidades é tornada 100% privada ou cooperativa.
Sistema de empréstimo muito semelhante ao que funciona na Austrália.

Vote em mim – Pressionados pela necessidade de ganhar o suficiente para compensar o investimento no ensino superior, os alunos passarão a preocupar-se mais com o seu desempenho académico e com as perspectivas de emprego dos cursos que escolhem. As universidades, dependentes do financiamento trazido pelos alunos, passarão a disponibilizar cursos úteis e relevantes em vez de alimentarem egos com ciências de nicho. O valor de investimento no ensino superior mantém-se, garantindo que a formação superior prospera.

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