Wednesday, October 22, 2003
Quem vai à Guerra...
Para quem devia obedecer cegamente às ordens, os militares têm uma grande tendência para lamentar-se. Quais crianças mal amadas, clamam por atenção sob a forma de brinquedos. Submarinos, helicópteros, caças, metralhadoras ou chaimites, os tropas choram e o estado-pai, de consciência pesada, leva-os para mais uma volta ao bombs-r-us.
Apesar de ser óbvio que o melhor que pode acontecer ao dinheiro gasto com a defesa é nunca precisar dele, nada indica que esse dinheiro não possa ser bem gasto.
Depois da segunda guerra mundial, houve três países que ficaram feitos em fanicos e sem possibilidade de gastar dinheiro no exercito (o Japão, a Alemanha e a Islândia) curiosamente passados 30 anos eram muito mais ricos do que alguma vez foram.
Portugal, segundo a Nato, gasta 2,3% da sua riqueza com a tropa (contra 1,3% em Espanha) e tem uns 70 mil magalas na folha de pagamentos. No entanto não se arranjou nem um para mandar para o Iraque, teve de se mandar a GNR. Dos 70 mil feijões verdes, apenas uns míseros 2 ou 3 mil podem sair de casa, o que, mesmo para os níveis de eficiência da função publica é muito muito mau.
Ora, a oposição acha que o falta à tropa é mais homens. Para alimentar um secreto fetiche em ter homens fechados numa caserna, a oposição adia o fim do serviço militar e convoca os mancebos para passeatas castrenses. A ideia, segundo eles, é a falta de gente para brincar aos submarinos ou passear de helicóptero. Nunca lhes ocorreu que arranjar mais inúteis com direito a reforma por inteiro, abastecimento no casão e carreira sem mérito, todos devidamente alindados com os melhores brinquedos do tio sam, não resolve o problema da falta de operacionalidade das tropas.
O meu governo sabe que somos aliados da maior potência do mundo, que fazemos parte da única aliança militar interessante e somos gente tão simples que nem inimigos tem. Por isso em vez de estar preocupados com agressores imaginários devíamos usar o dinheiro da defesa a tornar-nos úteis aos nossos aliados. Em vez de sustentar um mini-exército de pacotilha, o meu governo vai criar uma força útil. De qualquer das maneiras Portugal nunca será capaz de se defender sozinho, ao menos que haja outros interessados em nos defender.
Medidas do primeiro ministro para acabar com a mama da magalada:
- Redução do peso da tropa a 1% do PIB.
- Entregar a defesa convencional à Nato em troca de assumir uma responsabilidade chata.
- Conversão das forças armadas numa força móvel dedicada à tal especialidade chata, por exemplo, desminagem. Em todos os conflitos é preciso desminagem, é um trabalho chato (e barato), se os 70mil efectivos se convertessem em 10mil desminadores, Portugal passaria a ser um aliado interessante.
Vote em mim – Fim à tropa macaca, o dinheiro da guerra será dedicado a fazer algo pelos nossos aliados para que os nossos aliados tenham interesse em nos defender. Se Portugal se encarregar de desminar as zonas de conflito, será um país estrategicamente útil e relevante. Com um pouco de sorte, até havia trabalho para todos os tropas e nunca se chegaria a pagar reformas por inteiro.
Apesar de ser óbvio que o melhor que pode acontecer ao dinheiro gasto com a defesa é nunca precisar dele, nada indica que esse dinheiro não possa ser bem gasto.
Depois da segunda guerra mundial, houve três países que ficaram feitos em fanicos e sem possibilidade de gastar dinheiro no exercito (o Japão, a Alemanha e a Islândia) curiosamente passados 30 anos eram muito mais ricos do que alguma vez foram.
Portugal, segundo a Nato, gasta 2,3% da sua riqueza com a tropa (contra 1,3% em Espanha) e tem uns 70 mil magalas na folha de pagamentos. No entanto não se arranjou nem um para mandar para o Iraque, teve de se mandar a GNR. Dos 70 mil feijões verdes, apenas uns míseros 2 ou 3 mil podem sair de casa, o que, mesmo para os níveis de eficiência da função publica é muito muito mau.
Ora, a oposição acha que o falta à tropa é mais homens. Para alimentar um secreto fetiche em ter homens fechados numa caserna, a oposição adia o fim do serviço militar e convoca os mancebos para passeatas castrenses. A ideia, segundo eles, é a falta de gente para brincar aos submarinos ou passear de helicóptero. Nunca lhes ocorreu que arranjar mais inúteis com direito a reforma por inteiro, abastecimento no casão e carreira sem mérito, todos devidamente alindados com os melhores brinquedos do tio sam, não resolve o problema da falta de operacionalidade das tropas.
O meu governo sabe que somos aliados da maior potência do mundo, que fazemos parte da única aliança militar interessante e somos gente tão simples que nem inimigos tem. Por isso em vez de estar preocupados com agressores imaginários devíamos usar o dinheiro da defesa a tornar-nos úteis aos nossos aliados. Em vez de sustentar um mini-exército de pacotilha, o meu governo vai criar uma força útil. De qualquer das maneiras Portugal nunca será capaz de se defender sozinho, ao menos que haja outros interessados em nos defender.
Medidas do primeiro ministro para acabar com a mama da magalada:
- Redução do peso da tropa a 1% do PIB.
- Entregar a defesa convencional à Nato em troca de assumir uma responsabilidade chata.
- Conversão das forças armadas numa força móvel dedicada à tal especialidade chata, por exemplo, desminagem. Em todos os conflitos é preciso desminagem, é um trabalho chato (e barato), se os 70mil efectivos se convertessem em 10mil desminadores, Portugal passaria a ser um aliado interessante.
Vote em mim – Fim à tropa macaca, o dinheiro da guerra será dedicado a fazer algo pelos nossos aliados para que os nossos aliados tenham interesse em nos defender. Se Portugal se encarregar de desminar as zonas de conflito, será um país estrategicamente útil e relevante. Com um pouco de sorte, até havia trabalho para todos os tropas e nunca se chegaria a pagar reformas por inteiro.