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Monday, September 12, 2005

Os eleitores e as reformas 

-----Mensagem original-----
De: Eleitora Identificada
Para: Primeiro Ministro
Assunto: Ainda sobre as reformas
Senhor 1º Ministro,
O senhor alterou a idade da reforma. Lamento dizer-lhe mas ninguém concorda com isso, sei perfeitamente que isso não o incomoda. Concordo que os funcionários públicos não tenham regalias diferentes dos outros trabalhadores, não há razão para tal. Concordo que os funcionários públicos sejam avaliados e sejam remunerados consoante o seu mérito, até aqui tudo bem.
O senhor sabe que na função pública existem milhares de funcionários que não prestam, são antipáticos, não trabalham bem e só pensam nas regalias; e estão a tirar partido do estado e dos dinheiros dos outros contribuintes sem o merecerem, andam nesta “mama” há muitos muitos anos. Concordará comigo? Acredito que sim. Então pense comigo. A reforma aos 65 para estes funcionários é um doce, eles vão continuar a fazer o que sempre fizeram: trabalhar mal. Eu sei que eles preferiam ser reformados mais cedo, mas mesmo assim, acha que os castiga? Deixar que essa gente continue a usufruir de um estatuto de funcionário até aos 65 anos é uma afronta para quem quer trabalhar bem e para quem precisa de trabalho. Porque eles nunca vão mudar, nem com uma formação contínua diária intensiva, nem o Salazar conseguiria isso! Pois é o problema do Senhor é o deficit e não há dinheiro para as reformas. Mas se pensar bem e fizer bem as contas, pagando as reformas à pior parte e admitindo jovens para esses lugares, o estado irá obter dinheiro através dos impostos dos mesmos, e o mais importante é que se renova a máquina. E acredite que a máquina da função pública está corroída, a cair de podre.

Toda a gente fala dos enfermeiros, coitados, etc. Também nesta classe existem os bons e os maus e também nesta classe tem de haver olho para o mérito, quem não presta deve ser apontado e desvalorizado, e ainda mais grave porque tratam de seres humanos e não de papéis.
É claro que aos 65 anos só podem matar os doentes todos! Estou a exagerar mas não muito! Reveja a idade da reforma para os enfermeiros por amor de DEUS! A nossa saúde está mal e vai ficar um caos ainda maior. O Senhor é claro em caso de urgência irá para um hospital privado e exigirá uma enfermeira jovem. Pois é eu gostaria de o castigar e nem que fosse num sonho, eu gostava de ver a sua cara em frente de uma enfermeira com 65 anos, uns diazitos antes da reforma…consegue imaginar?

E os polícias? Com 65 anos a correr atrás dos ladrões ? Nessa altura quem mandará no país serão os ladrões, cuidado Srs. do Governo! Vão ser apanhados pelos ladrões e só verão os polícias coitados caídos por terra com os bofes a deitar pela boca.
Estes problemas todos para resolver só por uma razão, não há dinheiro para as reformas. E que tal começar a reduzir as despesas no Governo? Carros menos caros, menos regalias para os Senhores deputados e companhia, redução de chauffer’s, etc., e até redução dos vossos ordenados, mesmo o seu senhor Ministro, porque não ? Tudo somado entrava um bom dinheirinho nos cofres do estado. Ah! Não esquecer os vossos amigos empresários que fogem aos impostos e nunca foram apanhados. Apanhar o peixe miúdo é demasiado fácil e infelizmente é o vosso lema.
Melhores cumprimentos,
-----Mensagem original-----
Para: Eleitora Identificada
de: Primeiro Ministro
Assunto: Ainda sobre as reformas

Cara Eleitora,

Gostava de lhe dar uma pequena notícia. Todas as regalias dos inúteis dos governantes (carros, chauffer’s, etc) juntas não somam nem uns míseros 1% do PIB. Podiam ser reduzidos a metade que não viria daí nenhum benefício tangível para a economia.
Mais. Os inúteis dos governantes já ganham muito pouco. Um ministro, que é chefe de centenas de milhares de pessoas e gere orçamentos de milhões, recebe de ordenado menos de 4mil€. Parece bastante, mas na verdade é uma ninharia comparado com o que recebem os gestores privados para suportarem responsabilidades muito menores. É certo que nos privados é problema deles. Mas pense numa coisa. O que é que leva um tipo competente a deixar de ganhar 20 mil€ como administrador de um banco privado para ir para ministro ganhar 4 mil€? Claro, vai governar-se e não governar os outros. Ou acha que as pessoas são estúpidas e trabalham de graça?

Se nem pagando as pessoas trabalham quanto mais o fariam de graça? Veja-se o caso dos funcionários públicos. São uma corja de inúteis que só quer é direitos e nunca na vida pensa em merecer o dinheiro que recebe ao fim do mês. Queixa-se da fuga ao fisco? Olhe, se os impostos servem para pagar os funcionários públicos então é mais do que razoável evita-los.

Os funcionários públicos são tão pouco produtivos que nem lhes passa pela cabeça evoluir e aprender a fazer coisas novas. Porque raio é que um polícia de 55 anos, lá porque não tem físico para andar no turno, não vai fazer atendimento para a esquadra? Porque é um imbecil iletrado? Então reformamo-lo? Se é um imbecil iletrado deve é ser despedido. Ou então o policia “mais velho” não é um imbecil e está então mais do que a tempo para trabalhar numa coisa nova. A juventude não é uma virtude, a inteligência é que é.

Por isso é que a idade da reforma aumenta. Já não bastava pagar a centenas de milhar de inúteis, sem o aumento da idade da reforma ainda tínhamos de contratar outros para lhes ocupar o lugar.

Cara eleitora, pergunto-lhe? Paga impostos? Não trabalha para o estado? Então porque é que deixa que a roubem todos os meses em metade da sua riqueza para ter má saúde, péssima educação e nenhum serviço?

As opções são simples. Aumentar a idade da reforma e adiar o problema por mais uns anos. Ou tratar de despedir aquela corja de gente que não quer ser avaliada, nem quer mudar de funções, nem quer ter de trabalhar mais para ser promovida.

Na verdade a opção de aumentar a idade de reforma é errada. A solução correcta é despedir os funcionários públicos todos e começar de novo. Mas isso é muito difícil. Eles são muitos, representam muitos votos e mais grave. Tendem a reagir de um modo em que se nivelam por baixo. Não se esqueça, os impostos cobrados em Portugal não chegam para pagar os ordenados dos funcionários, por isso é que temos déficit.

Atenciosamente
O Primeiro Ministro.

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