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Monday, June 28, 2004

O Primeiro Ministro não abandona o país. 

Com a transferência do líder da Social-burocracia para a Comissão Europeia, a oposição levantou um dilema curioso.

Por princípio, a intenção até era boa. Já que aquela gente não faz grande coisa por cá, manda-se os para exilados a Europa. Até tem funcionado com os euro-deputados.

E também é bem verdade, que como país devemos estar reconhecidos aos Europeus e à sua extraordinária boa vontade. Não lhes bastava evitar que gastemos mais dinheiro do que temos. Como ainda financiam tudo o que por cá se faça, e sem sequer ver como o dinheiro é mal gasto. E agora até livram o país da corja que o finge governar.

O problema porém, é que não faltam novos candidatos para ocupar o lugar. Ainda agora se livrou o País de um e já se perfilam outros tantos. Ele é os Burocralistas a querer eleições convencidos que voltam a vencer por falta de comparência. Os popular-burocratas montam golpes palacianos para os amigos. E os tecno-burocratas a recomendar uma mudança sem mudança, que é ter eleições no partido sem haver eleições no país.

O Primeiro Ministro, sabe que o melhor que poderia acontecer era acabar-se o governo e, com ele, a máquina do estado que ele alimenta. Só lamenta que ainda não é desta. Vamos todos continuar a pagar 45% da riqueza que produzimos para não receber nem um tostão de retribuição da administração.

Vote em mim – Enquanto o pau vai e vem, folgam as contas.

Thursday, June 24, 2004

Dão-se casas!  

Uma das medidas mais fantasiosas da oposição foi o “programa de erradicação das barracas”. Aparentemente toda a gente achou bem.

E o eleitor/contribuinte? Não pagou a casa onde vive? Porque é que hão-de ser as câmaras a dar casas a quem vive nas barracas? Por acaso dá o governo casas a toda a gente? Parece que o argumento era a prevenção da criminalidade e a reinserção social. Os bairros de lata são ninhos de traficantes e insegurança, condenando os seus habitantes à marginalidade, havia que acabar com isso. E o que fez a oposição? Criou a Zona J, e outros bairros sociais que tais, todos eles iguais. Concentrando as famílias em risco em zonas esconsas. Tudo para o exclusivo ganho do lobby do betão, que não sendo competente para fazer casas para vender faz casas para dar às custas do contribuinte


O Governo reconhece que as concentrações de famílias em risco potencia a marginalização, no que termina por ser uma espiral de violência. Por isso é que não substitui barracas horizontais por bairros sociais verticais. A Pragmatocracia implica que só recebe bens quem prestar uma contribuição de contrapartida. Der algo em troca.

Medidas do Primeiro Ministro para a resolução a longo prazo (o mal está feito, resolver demora) dos bairros problema:
- Os novos licenciamentos passam a prever “casas de porteira”, casas essas que são atribuídas às famílias em risco, sob a condição de limparem as zonas comuns, pagarem uma renda reduzida e integrar-se.
- O património desocupado das instituições pseudo-públicas (Câmaras, Misericórdias, etc) cedido para realojamento de renda subsidiada reconvertendo para o inquilino ao fim de 15 anos sem incidentes.
- Proibir as “zonas sociais” demolindo progressivamente as zonas problema esvaziadas.

Vote em mim – A reinserção implica a dispersão das bolsas de marginalizados.

Wednesday, June 23, 2004

O Governo não faz greve 

Parece que com o euro tudo quanto é trabalhador medíocre encontrou a forma de se fazer notado, a ameaça de greve. Para quem trabalha parece uma forma dos inúteis com um emprego verem os jogos. Mas, segundo os génios do sindicalismo, (aqueles senhores e senhoras de bigode que não trabalham com a desculpa de estarem a defender os trabalhadores). O Euro é uma oportunidade única para os portugueses descobrirem que afinal de contas não podem passar sem uma cambada de gente.

Ele é os tipos das fronteiras, chateados porque os retiraram da sua moleza de Shenguen. Os médicos, esses pobres coitados com emprego garantido. Os polícias a ameaçarem greve às multas porque têm uma mota estragada. Os condutores da Carris, talvez aborrecidos com o trânsito. Os taxistas indignados com a perspectiva de ter de pagar impostos. A função pública, agarrada ao proverbial direito de ser promovido sem fazer nada.

Mas os piores são os tipos das empresas que vão fechar. Quem é que foi o sindicalista que se lembrou que uma greve é uma preocupação para um tipo que vai fechar uma empresa? São uns génios.

Mais geniais ainda são os sindicalistas da função pública que preferem aumentos zero para toda a gente do que aumentar apenas os trabalhadores que merecem. É o que se chama nivelar por baixo. São uns génios bem intencionados.

Bem, talvez não sejam uns génios, talvez sejam apenas gente simples que teve a oportunidade de deixar de trabalhar muito novo por ter chegado a delegado sindical e agora se vejam limitados à única coisa que sabem fazer, deixar de trabalhar. Parecem aquelas crianças que pensam em ficar doentes para toda a gente ter muita pena de as ter tratado mal.

Se a oposição percebesse que o problema dos sindicalistas era falta de capacidade para exercer a sua função, talvez propusesse formação profissional para resolver o problema. De facto, até já o fizeram, não é a UGT que está em tribunal por se ter abarbatado a pilhas de dinheiro dos fundos de coesão destinados à formação profissional? Pois, ainda bem que os tribunais também não funcionam.

Então, o governo sugere que os sindicatos provem um bocado do seu veneno. Querem fazer greve? Então façam. Se o serviço em greve for considerado essencial, o governo tem o direito de o contratar a outra entidade.

Greve das fronteiras? Depois de 5 anos sem terem de olhar para um passaporte? Muito bem. Subcontrata-se uma empresa (mais que uma para haver concorrência) para fazer o controle das fronteiras e elimina-se o SEF.

Greve da Carris? Simples, a Carris vai à falência. Os autocarros são vendidos em leilão. Na segunda-feira está tudo no lugar outra vez, desta vez sem dívidas nem preguiçosos.

Greve dos médicos? Manda-se vir médicos do Brasil, há lá que cheguem e antes um habilidoso presente que um especialista de greve.

Vote em mim – Se a greve é uma forma dos trabalhadores demonstrarem que não se pode passar sem eles, então que se passe sem eles. Da próxima vez, talvez os sindicalistas queiram negociar.

Wednesday, June 16, 2004

O Primeiro Ministro ganhou as eleições. 


64% dos votantes deixaram bem claro que não estão puto interessados naquilo que o estado tem para lhes oferecer. Para eles. Para a maioria da população. Quanto menos o estado e o governo os chatearem melhor.

A oposição está toda contente porque ainda assim conseguem reunir 3 milhões de votantes de um universo potencial de quase 9 milhões. O mais esquisito é que 3 milhões não representam nem o somatório das famílias dos funcionários públicos.

O Governo percebe que, quando não se é desejado, se deve sair. E por isso mesmo está mais do que na altura do estado aligeirar o seu peso na vida pública.

Medidas do Primeiro Ministro para reduzir o estado ao tamanho do interesse que ele tem.
- O peso da despesa pública tem de ser inferior a 35% do PIB. Se apenas 35% das pessoas vota, é do mais básico bom senso que o estado não pode ser maior do que isso. Os actuais quase 45% vão ter de levar um corte muito significativo
- Os trabalhadores que recebem ordenado directa ou indirectamente do estado têm de ser reduzidos a metade. Para duplicar os ordenados dos que ficarem.
- Liberalização e Privatização de toda a prestação de serviços do estado: Escolas, Universidades, Hospitais, Centros de Saúde, Registos Cartórios e Notários, Tribunais de comarca. Os serviços do estado passam a ser prestados por empresas autónomas independentes e concorrenciais

Vote em mim – Se a maioria da população não quer um governo, tira-se-lhes o governo.

Monday, June 07, 2004

Prolixo-com'a-constituição 

A título de exemplo, segue-se um dos artigos mais pequenos da constituição, e que nem sequer é dos mais estúpidos:

"Artigo 35 da Constituição
l - Todos os cidadãos têm o direito de acesso aos dados informatizados que lhe digam respeito, podendo exigir a sua rectificação e actualização, e o direito de conhecer a finalidade a que se destinam nos termos da lei.
2 - A lei define o conceito de dados pessoais, bem como as condições aplicáveis ao seu tratamento automatizado, conexão, transmissão e utilização, e garante a sua protecção, designadamente através de entidade administrativa independente.
3 - A informática não pode ser utilizada para tratamento de dados referentes a convicções filosóficas ou políticas, filiação partidária ou sindical, fé religiosa, vida privada e origem étnica, salvo mediante consentimento expresso do titular, autorização prevista por lei com garantias de não discriminação ou para processamento de dados estatísticos não individualmente identificáveis.
4 - É proibido o acesso a dados pessoais de terceiros, salvo em casos excepcionais previstos na lei.
5 - É proibida a atribuição de um número nacional único aos cidadãos.
6 - A todos é garantido livre acesso às redes informáticas de uso público, definindo a lei o regime aplicável aos fluxos de dados transfronteiras e as formas adequadas de protecção de dados pessoais e de outros cuja salvaguarda se justifique por razões de interesse nacional.
7 - Os dados pessoais constantes de ficheiros manuais gozam de protecção idêntica à prevista nos números anteriores, nos termos da lei."



Custa a acreditar, mas este é mesmo dos artigos mais pequenos. E que, apesar das desagravantes, é completamente imbecil. Só mesmo a oposição para criar um nó destes.
Repare-se:
- Porque é que o ponto sete diz que os dados em papel são iguais aos dados informatizados? Não podiam ter logo arrumado a coisa no ponto 1 tirando a palavra “informatizados” Poupava-se uma alinea!
- Porque é que o ponto 2 remete para a lei? Que lei? Então a constituição não é a lei das leis? E há mais? Qual será a "lei da lei das leis"? A constituição remeter para a lei é de gritos.
- Qual é a diferença entre o ponto 3 e o ponto 1? Se um diz que o cidadão tem de autorizar para os dados serem usado e o outro diz que os dados não podem ser usados sem autorização, qual é a diferença? E mais redundância!
- E porque é que, no ponto 5, não pode haver um número nacional único? É para garantir a fuga fiscal? Para evitar que as multas sejam pagas? Ou para permitir que haja funcionários publicos em cada ministério a manter os diversos registos?
Claro, isto sem falar na maior dúvida de todas.
- Por que raio é que a constituição se dedica a esmiuçar estas miudezas menores? A constituição não devia antes ser uma coisa importante? Então porque é que está cheia de entulho?


O Governo finalmente percebeu como é que "antinconstitucionalissimamente" é a maior palavra portuguesa. É porque, para a oposição, escrever muito sem dizer nada é tão importante que até vem na constituição.


Medidas do Primeiro Ministro para acabar com a obesidade constitucional.
- Emagrecer a constituição tirando de lá tudo o que é entulho. Ficam apenas os direitos e obrigações básicos e genéricos. Tipo a declaração dos direitos do homem. Tamanho limite, 20.000 caracteres, incluindo os espaços.
- Poupar os ordenados de todos os constitucional-parasitas cuja função é complicar o que fazem com leis das leis das leis.

Vote em mim - O Primeiro Ministro é anti-constitucional

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