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Wednesday, April 28, 2004

Cheira a esturro 

Quando finalmente a Justiça trata de interrogar alguns tipos por causa de ligações mais do que suspeitas entre a bola, as câmaras e a construção civil. O país parece aparvalhado.

Há os que falam de promiscuidade. Embora seja difícil de perceber qual. Afinal, onde está a virgem ofendida no meio disto tudo? Serão os autarcas corruptos que influenciam os construtores civis a beneficiar o clube? Ou os clubes a usam o dinheiro dos construtores para controlar a câmara? Talvez sejam os construtores a subornar toda a gente para fazer prédios abarracados.

Também há os que lamentam o mau impacto que pode ter na imagem do país em vésperas do euro. Claro, dá uma péssima imagem resolver os problemas. É muito mais benéfico ter uma organização completamente podre e fazer de conta que nada aconteceu, varrendo o problema para debaixo do tapete

Finalmente há as solidariedades político-pessoais. Aparentemente, segundo a lógica perversa da oposição, se alguém que apanha o mesmo comboio que nós for um criminoso, nós temos de ter pena e ser solidários. Então é para isto que servem os partidos, é para se protegerem e encobrirem todos. Está explicado.

O Primeiro Ministro tem dificuldade em aturar o poder local, a bola e os pato-bravos porque dá-lhe cabo da digestão. Para minimizar o impacto das trafulhices nas câmaras emagrece-se o bicho
- As funções comerciais das câmaras deixam de ser “exclusiva responsabilidade” do município e são liberalizadas (não confundir com privatizadas). Isto aplica-se á agua-esgotos, lixo, manutenção dos jardins e espaços públicos, escolas primárias, e todos os negócios disfarçados de serviços público que tais.
- Todas as casas abandonadas são postas á venda ao preço que aparecer. A ver se alguém vai querer urbanizar enquanto as centenas de milhar de casas desocupadas desaparecem.
- As câmaras passam a fazer apenas a manutenção dos espaços públicos. Enquanto isso não estiver bem feito, nada feito.

Vote em mim – O Estado só faz aquilo que ficar bem feito.

Monday, April 26, 2004

Vêm aí os incêndios 

Passou mais um ano e nada. Depois de se bater todos os recordes de área ardida em 2003, os fogos em Portugal conseguiram dar origem a mais dois fenómenos inexplicáveis. O primeiro fogo da temporada foiainda em Março e apagou-se graças a um nevão. Só visto. A oposição quer apagar o fogo com gasolina, criando mais um imposto sobre o imposto sobre produtos petrolíferos. Presume-se que essa receita vai ser usada para fazer nevões quando, lá para Junho a coisa apertar

Claro que está tudo preparado para a repetição do folclore. Os bombeiros chamam-se de incompetentes uns aos outros. Desconfia-se das empresas que alugam os “canadéres”. A PJ deixa o apito para investigar os helicópteros e vai ficando subentendido que há uns mauzões, chamados incendiários, que ninguém conhece mas não são de cá. O incendíario, misto compulsivo-religioso com descuidado-irresponsável dá-nos cabo do descanso em Agosto.


O Primeiro-Ministro tem a solução para os incêndios: O dono do terreno é responsável pelo terreno.
1º) Constituição de um seguro florestal/agrícola obrigatório (como para os automóveis)
2º) O seguro paga os bombeiros, os canadéres, o apagar dos fogos etc.
3º) Quem não tem seguro paga do seu bolso o custo de apagar o fogo
4º) Quem não tem seguro nem dinheiro para pagar os bombeiros vê-lhe retirada a propriedade dos terrenos que são vendidos ao desbarato (que é para da próxima se lembrar de ter seguro)

Pois é verdade, a propriedade não é só usufruir, nem só rentabilidade, é também responsabilidade. E quem não assume o custo também não pode querer o benefício.

Vote em mim – Claro que as seguradoras iriam exigir (via prémios diferenciados) que o terreno fosse limpo de matas, que os caminhos fossem abertos, etc. Assim se faria a famosa prevenção.

Wednesday, April 21, 2004

Aforismos 

- Se entrega o governo aos outros, eles governam-se
- A população tem o governo que merece
- Se não é obrigado a fazer não é obrigatório fazer
- Um governo é para governar e não para opinar
- Quanto mais complexo um problemas mais simples as soluções.
- São precisos dois terços dos deputados para aprovar a redução dos deputados
- Financiar a actividade em vez de subsidiar os activistas
- Se estiver contra a reforma da justiça processe o governo
- Não confundir privatização com liberalização

Thursday, April 15, 2004

Como ter gente trabalhadora em Portugal 

Depois de longos anos de História em que à primeira oportunidade os locais foram viver para outro lado. Eis que, pela primeira vez na história, há pessoas interessadas em vir viver para Portugal.

Ainda há 30 anos, ser empregada da limpeza e viver num bidonville nos arredores de Paris era o melhor que estava ao alcance de milhões de portugueses. Mas agora, invertemos completamente a situação e Portugal tornou-se um sítio onde se pode trabalhar e viver melhor.

O mais curioso deste fenómeno é que muitas vezes, esses imigrantes, são pessoas com formação superior à dos portugueses, mais trabalhadores e com competências que em Portugal se distribuiu só pelos amigos, como é o caso da medicina.

A oposição, por falta de hábito talvez, reagiu muito mal a esta nova vaga de imigração. Os mais cínicos ignoram que os imigrantes fazem o trabalho que os portugueses não querem fazer e por isso queixam-se do desemprego, que não tem nada a ver. Os mais burros, acham que as tradições do outros países são piores que as nossas e querem construir um muro de cristal como se a cultura portuguesa fosse um dinossauro a precisar de ser preservado num qualquer jardim zoológico.

Confundidos entre a pura xenofobia de quem sabe ser mais burro do que os estrangeiros e os prefira ver ao longe e a demagogia de controlar o nº de entradas no país, a oposição fez de Portugal um terreno fértil para máfias, traficantes de carne e gente sem escrúpulos.

O Governo sabe que a imigração é uma questão económica simples. Que as pessoas viverão onde podem viver melhor e não vale a pena criar pseudo-barreiras burocráticas, nem é possível abrir as fronteiras a todos os indigentes.

Medidas do Primeiro Ministro para beneficiar do fluxo emigratório
- O direito de permanência em Portugal a todos os estrangeiros fora da UE custa o equivalente a um ordenado mínimo anual. Quem pagar entre, quem não pagar é repatriado.
- Todos os residentes, nacionais ou estrangeiros. têm de declarar rendimentos equivalentes a um quarto do ordenado mínimo nacional. Ou então fazer parte de um agregado que colectivamente apresente esse rendimento. Não é possível viver em Portugal com menos do que um quarto do ordenado mínimo.

Assim, simplesmente, acaba-se com as máfias e os interesses e as quotas de imigração e os traficantes de pessoas e os novos indigentes. Todos os emigrantes que arranjarem emprego serão bem vindos e pagarão pelo direito de permanência. Os que não puderem arranjar esse rendimento, são repatriados. Sem confusões.

Vote em mim – Quanto mais complexo um problemas mais simples as soluções.

Tuesday, April 13, 2004

O papel da administração pública 

A maior demonstração que o estado é ineficiente é o processo de trabalho da assembleia da república. Como é que alguma empresa pode ser minimamente eficiente quando, para cada acção precisa de uma lei, para cada decisão um debate, para cada iniciativa negociação, para cada gasto um concurso.

O funcionamento da adminstração pública, com a sua paranóia burocrática disfarçada de honestidade é uma anedota. Não admira que empreguem tanta gente para produzir tão pouco.

Se um departamento faz um relatório e, numa reunião, o apresenta à administração. Da acta resulta que o assessor fará um apontamento, a solicitar aos tecnicos a elaboração de um ponto de situação. Assim, com base num ofício, a chefia será informada. O resultado - Perderam-se dias de trabalho e não se produziu nada.

A oposição adora este processo. Porque ocupa milhares de gente a abrir buracos para os fechar de seguida, tudo documentando em papel. Mas também porque não corre o mínimo risco de revelar o que não se anda a fazer.

O Governo está farto de ver árvores mortas apenas para dizer que não se fez nada desde a última vez que se perguntou. E vai tomar sérias medidas anti-burocráticas.

Medidas do Primeiro Ministro para desburocratizar:
- O Estado vai deixar de prestar serviços. Apenas recolhe e distribui dinheiro às pessoas. Assim acaba-se com a gestão pública.
- O Governo vai concentrar toda a fiscalidade, mais a segurança social, mais os registos e notários e cartórios, e arquivos, e identificações, num cadastro nacional. Acaba-se assim com a duplicação de identificações.
- A legislação é reduzida a 10%. Todas as leis que tiverem excepções serão anuladas ou substituídas por leis sem excepção – Assim se acaba com as interpretações e os pareceres.

Vote em mim – Outra forma de acabar com tanto papel só mesmo pegando fogo às repartições.

Tuesday, April 06, 2004

menos ais! 

Não há coisa mais irritante do que o crude do mar do norte. É certinho: O dólar sobe, o Bangla desh, a opep corta a produção e a Galp, mesmo gastando à maluca, continua a ter lucro.

O Governo, farto de marcar os preços, liberalizou os combustíveis. Mas, mistério dos mistérios, a gasolina continua a ter o mesmo preço em todo o lado.

Ora, se o preço é livre, então deveria haver alguém que livremente vendesse a gasolina a preço diferente dos outros. Qual quê, nada. Se o eleitor precisar de mais provas de cartelização, o governo não pode ajudar.

Ora o governo não pode ajudar mesmo. Nesta, tem de ser o eleitor a ajudar-se a si próprio. Os senhores automobilistas, em vez de se queixarem, em vez de pedirem descontos no ISP que toda a gente paga, para carregar no IRS que só os parvos pagam. Os senhores automobilistas deviam é cuidar de si e pôr o mercado a funcionar.

Caro eleitor, queixe-se menos do clima, ou do dólar e cuide mais de si. Por exemplo:
- Porque é que as associações de transportadoras, taxistas e outros grandes consumidores não negoceiam com uma abastecedora qualquer para esta lhes baixar o preço?
- E se há bombas de gasolina com preços mais baixos (em alguns hipermercados) porque é que os automobilistas não vão lá?

Vote em mim – Se entrega o governo aos outros, os outros governam-se.

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