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Tuesday, December 30, 2003

O Governo balança mas não cai 

Acusado pela oposição de não fazer nada pelo país. O Primeiro Ministro evita o cliché Kenediano de cobrar o que o país já fez pela oposição (estão ricos) e presta contas aos eleitores por quase um ano de governação.

É verdade que 2003 não foi um grande ano para Portugal: a crise, a oposição, o bush, os árabes, os europeus, os tugas, esteve quase toda a gente contra o Primeiro Ministro. Mas também não se pode concluir que o Governo tenha um annus horribilis como é o da rainha de Inglaterra. Nalgas disso! 2003 foi muito proveitoso para o país e para os seus cidadãos merecedores, pois foram lançadas as bases da Pragmatocracia. Com ideias tão originais quanto:
- Autofinanciamento e Concorrência entre serviços
- Financiar a actividade em vez de subsidiar os activistas
- Ter menos Regras e fazer menos Tolerância às Regras.


E, no dia a dia, a acção do Governo pode-se medir pelas seguintes acções concretas:

- Combate à fuga fiscal fazendo de cada tuga um fiscal . A prioridade absoluta para o país, recuperar parte dos 500milhões de contos que evitam os cofres do estado anualmente.
- reforma da saúde e da Justiça Tão só!
- A Descentralização feita de forma não a criar um nível de entropia intermédio no tachismo, mas a dotar as regiões/cidades de competências relevantes
- Prevenção dos incêndios, responsabilizando os proprietários, no que foi uma medida de urgência.
- Resolução do problema das habitações devolutas disciplinando o mercado imobiliário, com a adopção das casas abandonadas.
- Em vez de gastar o que o estado não tem, criar espaço para a economia se mexer. Dinamização da economia via a desregulamentação dos cartéis, abrindo novas oportunidades para pequenos empresários.
- Combate à toxicodependência retirando ao traficante a oportunidade do lucro e ao dependente a necessidade do roubo.
- Pôr os malandros a trabalhar. Transformação do sistema prisional de uma lógica de castigo para uma lógica de dívida social.
- Criação de um sistema com base em mérito para o financiamento do ensino superior, acabando de vez com as manifs rascas sobre as propinas que, tal como uma gorjeta, apenas representam 5% do custo de um curso superior.
- Como o estado é só um e o eleitor também costuma ser uma só pessoa de cada vez. Unificação dos sistemas de registo e cartório.
- Separação entre poupança e solidariedade. Porque não se deve ser poupado na solidariedade nem solidário na poupança. Criação de contas individuais de reforma.
- Os lobbies e corporações transformados em coisas úteis sob o risco de serem vitimas do seu próprio egoísmo.
- Acabar com a tropa macaca e transformar os magalas em prestadores de um serviço que além de garantir a defesa o faz sem partir tudo.


Vote em Mim – Ou ainda precisa de mais argumentos.

Tuesday, December 23, 2003

Mensagem de Natal do Primeiro Ministro:  

“A crise é passageira, o condutor vai bêbado“

Prezado eleitor,
Depois de um ano repleto de sucessos, o Governo faz uma pausa. Aproveitando o balanço, o Primeiro Ministro, deixa-lhe uma mensagem de Boas Festas, escrita pelo seu próprio punho,
O Gabinete do Primeiro Ministro, em antecipação à mensagem do seu Primeiro, deseja ao eleitor umas boas festas, um feliz natal e um próspero ano novo.
A mensagem que se segue é da autoria do próprio Primeiro Ministro, que além de ter inveja da carta do Scolari, estava visivelmente embriagado. Mas o pior foi a caligrafia, péssima, especialmente porque o PM se pôs a escrever com o punho.

Votos de Boas Festas
P’lo Gabinete do Primeiro Ministro
(assinatura ilegível)



São Bento, Vésperas de Natal 2003
Caro eleitor,
2003 já se foi, não sabemos onde é que o pusemos, por isso deve estar com o Tribunal que perde tudo o que por lá passa. Funcionam como a Torre do Tombo, o que lá entra é para lá ficar.

O ano que passou foi mesmo dedicado à Justiça. Ainda não se fez nenhuma, mas fartou-se de falar dela. Conversaram, debateram, inquiriram e mal deram por isso eram cinco e meia, hora de voltar para o trânsito. Se mandasse naquela gente, proibia-os de entrar todos à mesma hora, ao menos não atrapalhavam.

Mas o governo manda tanto na função pública como manda nos imigrantes. Esses tipos que vivem cá, não votam, não pagam impostos, usufruem dos direitos, despejam as criancinhas que não sabem nada na escola, uma desgraça. Segundo o Eurostat em Portugal há mais de dois milhões de imigrantes ilegais que estão convencidos que só porque têm pais portugueses e nasceram em Portugal isso lhes dá o direito de não ter deveres. A vontade que dá é mandar os Tugas para a Ucrânia em troca por mais daqueles kosovares educados e trabalhadores. Esses sim põem o país a andar.

Quando se olha para a Eurostat é que se vê a tristeza vai na alma desta gente. Pobres, preguiçosos, bêbados, drogados, doentes, iletrados, injustos, acidentados. Portugal é o pior em todas as estatísticas de UE. Ou os senhores da UE são uns sádicos, ou então Portugal não se soube governar. Isto porque, com democracia ou não, um país têm os governantes que merece.

Veja-se os americanos, os gordos vêm tantos filmes que agora, andam todos atrás do terrível Dr. Laden, um fanático que vive escondido num complexo subterrâneo, cheio de armas químicas, a fazer planos para destruir o mundo. Mas tudo se salva quando Bush, George W Bush, agente secreto de sua majestade, lidera uma coligação para repor a ordem mundial. Armado com as mais recentes geringonças de Q e dos seus generosos patrocínios (como por exemplo um fantástico peru de plástico que permite viajar incógnito a distância que vai de Dallas e Bagdad). O agente secreto Bush, vinga o seu pai, e derrota os maus com uma grande explosão de choque e pavor. É verdade que ainda não se encontrou o corpo do Bin Laden, mas isso fica para a sequela.

Sequelas é na Europa, a braços com uma crise de imaginação. Depois de acordarem que nenhum estado gastava mais do que tem. Deram em torrar dinheiro que nunca viram. Os governos da Eurolândia parecem um grupo de adolescentes com um cartão de crédito. Se o Estado não têm dinheiro não o deve gastar. Era preciso um pacto para perceber isto? É o que dá confiar em tipos nunca trabalharam. A oposição está habituada a ganhar uma ordenadito e mesmo assim enriquecer entre sobreiros que se transformam em prédios e taxis milionários. Quem pagou a conta voltará a pagar, não são só os almoços, para essa gente todas as refeições são grátis.

É a economia, esse bicho esquisito. Parece impossível mas ainda há quem dê atenção aos economistas. Os de esquerda a quererem que o estado faça tudo. Os da direita quererem o mesmo para os privados. E a nenhum ocorre que não importa quem é o dono, importa é que haja concorrência. Quem grama com um serviço monopolista é sempre explorado. Seja o patrão o estado, seja um barão-consanguíneo. Se não há concorrência, há abusadores e umbiguistas.

Veja-se os sindicalistas: Querem mais aumentos, mais emprego, mais subsídios, menos horas de trabalho, mais assistência social, mais direitos. E que raio dão em troca? Pois, nada. É tramado negociar com gente dessa. É até preferível que façam greve, pelo menos não se lhes tem de pagar o ordenado. A defesa dos direitos adquiridos é impeditiva da conquista de novos direitos.

Quando tiverem a comer as passas pensem nisso. Em 2004 o que é que dão em troca do que querem receber?

Votos de boas festas para o eleitor
Votos de urna para mim
O Primeiro Ministro

Thursday, December 18, 2003

Não há Justiça 

Os tribunais escrevem torto pelas linhas do direito. Condenam os arrependidos, caducam processos, arquivam arguidos em prisão preventiva e ilibam sem se perceber porquê.

A oposição acha que o problema tem de ser resolvido com mais tribunais: da relação, de instrução criminal, de círculo, de contas, constitucional. Em cada tribunal uma panóplia de Juizes e funcionários que rejulgam os casos uns dos outros.

O Governo está consciente que a justiça é segunda função mais importante do estado, e um estado sem justiça (ou com uma inoperante) vai ser sempre uma miséria. Como os advogados só complicam (ganham à hora) o governo vai cortar a direito.

Medidas do Primeiro Ministro para simplificar a aplicação da justiça:
- Nível 1 – Arbitral - Criação de Tribunais arbitrais privados e independentes, para resolução de casos de direito comercial e interpessoal. Cada entidade, no acto do contrato, identifica qual é o tribunal Arbitral independente que escolhe para resolver eventuais problemas, obviamente paga uma taxa por isso, financiando os tribunais não pelo julgamento, mas pela disponibilidade para julgar. A generalidade dos pequenos processos de dívidas e quebras de serviço, são resolvidos nos Arbitrais. O recurso destes tribunais é feito não sobre a decisão mas sobre o Tribunal Arbitral em si e para a Justiça Pública. Por exemplo – Um indivíduo é condenado por um Arbitral, recorre para a Justiça Pública, se a Justiça Pública der razão à queixa o culpado é o tribunal Arbitral além do outro julgado.
- Nível 2 – Justiça – Uma rede de tribunais para todos os casos públicos (criminais e afins, quando não há duas partes e é o estado contra). Aplicação de jurisprudência nesses tribunais.
- Nivel 3 – Recurso - Um nível superior de tribunal constitucional e de recurso (um supremo) para arbitrar as decisões da Justiça Pública. Tribunal com capacidade para reverter a jurisprudência.

Vote em mim – Ou então processe o governo, no estado actual das coisas só tem receio da justiça quem não a pode pagar.

Wednesday, December 17, 2003

Em casa onde não há pão 

Um fenómeno da portugalidade completamente inexplicável são aquelas pessoas que, ao receber o ordenado, passam a ir de carro para o emprego. Depois, lá para dia 15 do mês, descobrem que não ganham para aqueles luxos e voltarem a meter-se nos transportes. Não faz sentido. Além de não beneficiar do passe. Faz muita confusão que a melhor coisa que lhes ocorre fazer com os 5 contos de folga no orçamento é meter-se no trânsito.

A discussão do déficit é equivalente. A oposição de esquerda acha que face à crise das finanças públicas a solução é gastar mais, ir de carro para o trabalho e logo se vê. A oposição de direita acha que a crise é grave e que já é tempo de poupar e voltar aos transportes. À oposição não ocorre que o déficit existe porque o estado tem um nível de vida que não pode sustentar:

Medidas do Primeiro Ministro em tempo de crise:
- Liberalização de sectores de forma a criar oportunidades para o pequeno investimento Privado
- Reforma Fiscal
- Aguentar os funcionários públicos para não encharcar o país de desempregados pouco qualificados. Tem de ser

Vote em mim – Se é para sair da crise, ao menos que se vá andando.

Monday, December 15, 2003

Tão mau como o centro mas mais insignificante 

Porque é que os carros americanos são de Detroit? O petróleo de Dallas? Os cigarros de Richmond? Os filmes de LA? ... E já agora, porque é que, em Portugal, além da notável capital do Móvel, só existe a patética capital do gótico? O primeiro Ministro foi a Santarém e não viu um único heavy-metal. Em Santarém não há nada de relevante, nada de especial nem importante. Uma cidade deprimida. Para que as cidades portuguesas se desenvolvam tem de reunir competências, autonomia, poder.

A Regionalização não faz sentido num país do tamanho de Portugal. A desagregação do governo em micro-governos locais não aproximaria a administração da população. Aliás, a criação de um nível intermédio de poder apenas serviria para entorpecer a já débil actuação do executivo.

No entanto, a oposição anda à cata de oportunidades para entreter os caciques de província. Preocupados com a competitividade da corrida ao tacho, a oposição pretende instituir um nível intermédio para os boys, uma espécie de campeonato de esperanças para politiqueiros em ascensão. Tal como o senado é uma liga de veteranos.

O meu governo sabe que a descentralização só faz sentido se proporcionar aos novos centros autonomia, escala e factores de desenvolvimento.

Abordagem do Primeiro Ministro à regionalização:
- Criação de clusters locais. Transformando cada cidade importante num centro de poder sectorial (por exemplo: Ensino Superior e Ciência em Aveiro, Saúde em Coimbra, Segurança Social em Faro, Indústria no Porto)
- Deslocação dos organismos públicos correspondentes para esses novos centros (e respectiva localização dos postos de trabalho)

Vote em mim – Se o grosso dos recursos do estado são funcionários então usa-se essa gente como factor de desenvolvimento regional. A criação de novos centros sectoriais permite a descentralização sem estraçalhar o poder administrativo. A especialização em cluster permite a criação de indústrias e competências relevantes nas cidades adormecidas do país.

Friday, December 12, 2003

A pedí-las 

A oposição reuniu-se com deputados para debater o favorecimento à fundação do avô da estudante de medicina. Estranhamente, não houve conclusão.
Mas porque é que a oposição se mete nestas alhadas? Porque é que inventa regras de interpretação difícil? Parece que querem ser apanhados!

O Governo não favorece porque não se mete nisso.
- Não há mais vantagens fiscais para nenhuma instituição. Se é uma empresa sem fim lucrativo, então que não tenha lucro. Porque é que tem de ser o estado a isentar de IRC?

Vote em mim - As vantagens fiscais aplicadas aos fins e não aos meios.

Thursday, December 11, 2003

A multa Operativa 

Quem tem um carro é culpado. Ou é culpado de não pagar o parquímetro, exceder o limite de velocidade, cruzar num amarelo tinto, etc. Ou então é porque ainda não chegou a onde queria ir.

É ao volante que se verifica que os portugueses são mouros infiltrados na Europa. Temos mais carros por quilómetro de estrada , mais acidentes, mais trânsito, mais buracos, mais em tudo o que não devíamos ter.

A oposição acha que a solução é ter um código de estrada punitivo, GNR/BTs barrigudos mal pagos e corruptos, um sistema de multas sem cadastro em que só paga quem quer e aplicar a velha máxima hipócrita da vista grossa às leis pesadas. Se a oposição acha mesmo que a velocidade máxima deve ser 120km/hora então porque é que não coloca limitadores de velocidade nos carros? Hipocrisia pois claro.

O Governo sabe que fazer leis para serem ignoradas levam a ignorar todas as leis. Por isso, ou a lei se aplica ou se acaba com a lei.

Medidas do primeiro-ministro para domesticar o trânsito:
- Anulação das regras que ninguém cumpre (estacionamento no passeio, velocidade na auto-estrada, horários dos camiões, etc).
- Cobrar as multas (cobrança automática das multas no banco ou na conta do IRS/Seg-Social).
- Instalação maciça de inibidores (pinos nos passeios, rotundas nos cruzamentos, câmaras nos semáforos, etc.)
- Portagens em tudo quanto é via rápida e estrada congestionada (esquemas do género do “congestion charge” de Londres).

Vote em mim – Um governo que só obriga aquilo que exige, num estado onde não compensa fugir à regra. Se não é obrigado a fazer não é obrigatório fazer.

Wednesday, December 10, 2003

Se os empresários estrangeiros decidem melhor que os nossos  

Houve uns indivíduos que mandaram uma carta ao PR a queixar-se da sua incapacidade para manter os centros de decisão em Portugal (o Gabinete do Primeiro Ministro também não sabe a quem se aplica o “sua incapacidade”).

Passados uns meses as consequências foram:
- Dos 40 signatários da proposta, 27 venderam parte do que tinham, 3 não tem nada para vender e 10 não arranjam comprador.
- As empresas geridas pelos signatários continuam tão ineficientes como sempre foram. Ou pelo menos é o que diz o preço delas em Bolsa.
- Apesar dos signatários serem podres, a sua lamúria deu-lhes entrada no noticiário da TVI destronando uma criancinha doente e dois idosos negligenciados.

A oposição acha que as grandes empresas são para proteger tal como os pobrezinhos, aliás se toda a gente tem direito a choramingar por mais um subsídio porque é que os homens mais ricos do país haviam de fugir à regra? Não são eles cidadãos algo cumpridores e avessos ao IRS como os demais?

O Governo julga que as empresas são instituições auto-suficientes e que os condicionamentos industriais só lixam é o cliente no curto prazo e toda a gente no longo.

Medidas do Primeiro Ministro para a preservar os centros de decisão:
- Acabar com cartéis e monopólios – Enquanto houver empresas satisfeitas a economia não mexe.
- Redução das barreiras à entrada – Quem sabe se nos mercados “há espaço para um ou para quinze” é o mercado.

Vote em mim – As empresas boas são as trabalham bem. Os centros de decisão que interessam são aqueles que tomam boas decisões. Se as que existem não são competentes o suficiente para resistirem ao mercado, que venham novas.

Tuesday, December 09, 2003

Uma visão - Uma 

Imagine um garfo. Um garfo normal, uma commodity aborrecida e desinteressante. Um garfo é um garfo. Não tem nada que saber. Agora imagine que o garfo em questão é Made in germany, como é que seria? E se fosse italiano? Já agora fabricado no Japão?

Na prateleira de cutelaria de um supermercado imaginário encontram-se os seguintes produtos:
- Garfos alemães que não enferrujam nem entortam. Rijos e fiáveis, mas pesados e cansativos;
- Os italianos, transpiram design. Lindos, ideais para decorar a mesa, mas só quando se tem visitas, porque são impossíveis de usar todos os dias.
- Os japoneses, se não forem pauzinhos, são pequenos, e com um sensor electrónico que mede a temperatura da comida, não vá o utilizador queimar-se.

Estes países tem uma personalidade que imprimem nos seus produtos e que os ajuda a vender a produção. São países com uma Unique Selling Proposition que é o seu mais poderoso argumento no comércio externo. Essas USPs derivadas das histórias dos países dão aos produtos vantagens competitivas muito importantes.

O facto é que os países vendem aqueles produtos ou ideias que mais têm a ver com a sua história. O luxo de Versalhes vende o luxo dos cosméticos, perfumes e jóias francesas. O rigor aborrecido dos alemães resulta em qualidade e rigidez superior. E também é um facto que, para um Europeu médio, Portugal não tem história. Ou melhor, os Europeus acham que em Portugal não se passa nada: O clima é bom e tolerante; Não há animais selvagens; Não temos monções, nem tufões; Temos pouco crime e até as nossas revoluções são com flores.

Se os italianos têm o design que herdaram de 2000 anos de estilo. Os portugueses tem o país onde nem acontecem coisas excitantes (como em Espanha), nem coisas previsíveis (como na suíça). Em Portugal não acontece nada. Portugal é um país onde se está bem, onde se vive bem, onde ninguém chateia e onde as coisas andam devagar.

A proposta é simples, apostar nos sectores que mais têm a ver com a nossa herança. Logo: Portugal deverá ser o país do conforto.

Se Portugal for o país do conforto, pode vender Turismo residencial de terceira idade (Pôr os euro-reformados ao sol à custa das suas seguranças sociais. A maior industria da Flórida são os condomínios para reformados e a Flórida é o 2º estado mais rico dos EUA). Com os reformados europeus vêm os filhos e netos de férias e com isso mais turismo e mais consumo.

É que se recebermos 100.000 reformados (só na Alemanha há mais de 10 milhões de reformados) aumentamos 5% do PIB (Na Europa do norte uma reforma média vale 300 contos/mês: 100.000*12meses*300= 360 milhões de contos de receita ano = 5% do PIB). E se vier um milhão de reformados, dava para pagar todas as importações!

O Conforto é uma ideia que se aplica a inúmeros produtos, Se Portugal se assumir como o país do conforto pode vender um pouco de tudo, desde que seja calmo e ponderado. Até vinho, mas nada de chateau qq coisa a 100 contos a garrafa, vinho para beber à refeição, em casa, todos os dias (um mercado bem maior) porque o vinho português ajuda uma pessoa a sentir-se descansado é confortável (não importa se é verdade, desde que as pessoas acreditem) um vinho que nos deixa contemplativos e não um que dá pica para ir dançar (dançar e paixão, “movida” é coisa de espanhol)....

Continuar a ler a iniciativa do Primeiro Ministro.

Thursday, December 04, 2003

Reclamações aqui em baixo 

O Gabinete do Primeiro Ministro encontrou uma carta antiga que a oposição ignorou (quando eram eles os inquilinos). Este Governo, com espírito de missão, tratou de responder.


Caro Sr. Primeiro Ministro
Em cada 100€ que o patrão paga pela minha força de trabalho, o Estado, e muito bem, tira-me 20€ para o IRS e 11€ para a Segurança Social. O meu patrão, por cada 100€ que paga pela minha força de trabalho, é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75€ para a Segurança Social. E por cada 100€ de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem, retira ao meu patrão outros 33€.

Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 100€ que o meu patrão me pagou, o Estado, e muito bem, fica com 19€ para si.

Em resumo:
 Eu pago e acho muito bem, portanto, exijo: um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro emprego para o meu filho. Serviços de saúde exemplares. Um hospital bem equipado a menos de 20 km de minha casa. Estradas largas, sem buracos e bem sinalizadas em todo o País. Auto-estradas sem portagens. Pontes que não caiam. Tribunais com capacidade para decidir processos em menos de um ano. Uma máquina fiscal que cobre igualitariamente os impostos.
 Eu pago, e por isso quero ter, quando lá chegar, a reforma garantida. E jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros. Policia eficiente e equipada.
 Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público. Uma orquestra sinfónica. Filmes criados em Portugal. E, no mínimo, que não haja um único caso de fome e de miséria nesta terra.
 Na pior das hipóteses, cada 300€ em circulação em Portugal garantem ao Estado 100€ de receita. Portanto Doutor Durão Barroso, governe-se com o dinheirinho que lhe dou porque eu quero e tenho direito a tudo!

Atenciosamente
O Português



Resposta do Primeiro Ministro:


O que se recebe do estado e da incapacidade do estado em dar é um loop:
-o eleitor paga impostos quer ser bem servido;
- o serviço recebe sempre o imposto não faz nenhum para servir
- o eleitor não é bem servido foge ao fisco
- a receita não chega o serviço deteriora-se
- o serviço é ainda pior há mais fuga fiscal
etc.

E em cada ponto do loop é possível passar a culpa para o outro lado. a culpa é de quem não paga, a culpa é de quem cobra, a culpa é de quem faz, a culpa é de quem não exige. Ou seja, numa simplificação tuga, a culpa é do chefe, do cherne.

O sistema ideal funciona assim:
- não paga não é servido
- não é servido vai pagar a outro lado que sirva
- não há serviço, não há receita

Desta forma a culpa passava a estar no cardume. Claro que é muito mais fácil dizer, ó senhor primeiro ministro, governe! E a oposição tem se governado. Põe cunhas prás filhas. Recebe luvas. Contrata boys, e distribui benesses.

O Governo sabe que não pode ter mais em tudo. Porque ninguém é capaz de controlar tudo. Então os eleitores que se governem:
- Desagregação do estado em entidades prestadoras de serviço independentes. Não há cá o contribuinte paga um valor abstracto para receber tudo a que tem direito (mais fácil de dizer do que fazer). Quem quer estradas paga portagens, quem quer escolas paga propinas, quem quer saúde paga o seguro, quem quer reforma que poupe. - Aplicação do princípio do autofinanciamento dos serviços.
- Como muitas destes serviços são indispensáveis, depois de desagarrar o estado, há que criar condições de competição, porque não basta dizer “quer pague”, tem de haver o que comprar e o que escolher para caso o serviço seja mal prestado ser possível recorrer a outro prestador. Não gosta deste médico, e vá pagar a outro. Não gosta desta escola vá para outra. - O princípio da escolha
- Para o governo, resta o papel de regulador, legislador, distribuidor de dinheiro e enquanto prestador de serviços apenas numa base competitiva e auto-financiada (como a CGD). É bastante.

O eleitor entraria então no ciclo de:
- Paga, recebe o serviço
- Não recebe o serviço não paga
- Precisa do serviço vai buscar a outra parte e aí paga.
- Não prestou o serviço não recebe e morre.

Pergunta: Porque é que há uma Caixa de Aposentações? Porque é que o eleitor tem de partilhar com as outras pessoas a sua reforma? Porque é que as outras pessoas (quando não descontaram o suficiente) hão de receber das suas poupanças? Porquê? Quem é que ganha com esta solidariedade chupista?

O mesmo pode ser dito para a educação. A escola é má vá para outra escola. Vivemos numa sociedade automobilizada que não tem problemas de ir da terra A para a B, mais de metade da população faz comuting diário.
O mesmo pode ser dito para a saúde. Porque é que anda a financiar o sistema de saúde em vez de financiar os doente? E depois é obrigado a ir ao hospital que lhe impõem?
etc etc etc.

O eleitor, mais do que exigir tem de ter liberdade de escolha. Porque só assim a exigência resulta!
Vote em mim!

Wednesday, December 03, 2003

O que é que têm a ver com isso? 

Alguém quer ver as mulheres que abortaram presas? Alguém quer ver os miúdos que fumam ganzas presos? Alguém quer ver os homossexuais presos? Alguém quer ver as prostitutas presas? Alguém quer ver os nudistas presos? Alguém quer ver os preservativos proibidos? Alguém quer ver o tabaco mesmo proibido? Alguém?

Nem a oposição, apesar de fazer de conta. A oposição acha que legislar é ter uma opinião. A oposição acha que quando é contra uma coisa (fatos aos quadrados por exemplo) tem de proibir essa coisa, mesmo que depois tenha vergonha andar atrás dos pirosos que assim se vestem.

O Governo sabe que ou as proibições são para levar a sério, ou então mais vale deixar estar. Pior do que uma má lei é uma lei que não é para cumprir. Por isso o Governo vai liberalizar ou regulamentar ("ou" e não "e")

Medidas do primeiro ministro para acabar com o estado hipócrita ou a hipocrisia do estado.
- Legalização do aborto
- Legalização da prostituição, com imposto directo do género do petróleo.
- Legalização das drogas leves, com imposto directo pior que o do tabaco e registo de porte e consumo como nas armas.
- Casa quem quer, o que não for aplicável a um casal homo também não será aplicado a um casal hetero.
- Fim das leis do decoro e pudor, liberdade total de expressão.
- Fim das restrições à venda e publicidade de tabaco, reforço da taxa em função das vendas.

Vote em mim – O meu governo só irá actuar nas áreas que lhe compete. Não somos os guardiões dos bons costumes nem do bom gosto, somos os governantes do país.

Tuesday, December 02, 2003

O Governo apanha o feriado e a oposição faz a festa. 

O que o Governo tem de aturar da Oposição (eles chamam propostas):
- Reduzir o SISA das casas novas quando existe imenso património imobiliário negligenciado e a nova construção dá cabo do ordenamento do território. Também querem mudar o nome para Marlene Lasalette, ou Imposto Municipal de Transações, ou lá o que é
- Fazer mais ajustes à lei laboral. Continuando a discutir merdelices como o horário nocturno ou os pré-avisos (querem nos convencer que isto que vai dar a volta à produtividade) negando à reforma a sua função de dar nova forma. Para quando a possibilidade de pagar mais a quem trabalha mais e menos a quem trabalha menos?
- Mais uma camada de licenciamento potencialmente corrupta das grandes superfícies comerciais. Há que manter o poder discricionários dos funcionários que recebem luvas.
- Mais greves sem razão aparente- A Carris que voltou a explorar novos limites ao prejuízo, são o autentico Jacques Custeau da contabilidade – Os médicos que não querem que haja mais médicos mas também não permitem que se trabalhe com menos médicos – Os funcionários públicos que querem aumentos indiscriminados iguais para toda a gente como se não tivessem de trabalhar para merecer mais dinheiro.

O Primeiro Ministro vai:
- Aumentar em 50% o ordenado dos funcionários públicos. Desde que no mesmo serviço houver uma redução de 50% no quadro.

Vote em mim – Que empresa com um milhão de empregados e que faz de tudo, desde os museus até agricultura, pode ser bem gerida. Tem de deixar de haver uniformidade nas regras de gestão do estado.

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